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07/12/2011 09/12/2011 16h34m

I Encontro Internacional de Escultores reúne artistas para esculpir sobre a história de SM


Entre os dias 9 e 16 de dezembro, os santa-marienses poderão acompanhar bem de perto o trabalho de criação de cinco artistas plásticos renomados. A ocasião será o I Encontro Internacional de Escultores de Santa Maria, na Gare da Estação Férrea, onde os artistas irão esculpir em blocos de arenito (2mx1mx1m) seu ponto de vista a respeito da lenda que deu origem a cidade, da índia Imembuí e do soldado Morotin.

O prefeito Cezar Schirmer conta que a experiência foi vista em uma cidade argentina. “O ano que vem é muito relevante para Santa Maria, pois marca o centenário da publicação da lenda de Imembuí e Morotin. Foi unânime a opinião de que a ideia de um encontro de arte seria um grande momento para registrar a passagem história, escrita por João Cezimbra Jacques, há quase 100 anos atrás”, destacou o prefeito.

O chefe do Executivo explica que, depois de prontas, as esculturas irão embelezar a cidade, pois serão colocadas em logradouros públicos. “É uma forma de homenagearmos Santa Maria, sua lenda e seu autor, João Cezimbra Jacques”, completou Schirmer. Jacques era militar da cavalaria e foi também o primeiro santa-mariense a publicar um livro. O autor participou da primeira Academia de Letras do Rio Grande do Sul, sendo o patrono da cadeira 19 da atual Academia.

A comunidade poderá acompanhar o processo produtivo dos artistas entre os dias 9 e 16 de dezembro, das 8h30 às 12h e das 16h às 21h, na Gare. Quem for conferir os trabalhos verá a atuação de Arlindo Arez (Portugal), Emiliano Gonzáles (Argentina), Jorge Gularte (Brasil), Martín Iribarren (Uruguai) e Silvestre Peciar (Uruguai). A realização do festival na cidade, além de inserir Santa Maria no circuito internacional de Artes Plásticas, também irá agregar valor à cena turística do município.

O I Encontro Internacional de Escultores de Santa Maria é uma promoção da Prefeitura de Santa Maria, através da Secretaria de Município da Cultura, realização da Associação dos Artistas Plásticos de Santa Maria e apoio do Grupo Arte Pública.
 

Lenda de Imembuí


Imembuí era uma bonita índia da tribo dos Minuanos, habitantes das margens do Riacho Itaimbé. Seu nome significava “salva das águas”, pois ela nasceu quando sua mãe, a índia Yboquitã, banhava-se nas águas do riacho. Acangatu, jovem índio da tribo dos Tapes, apaixonou-se por Imembuí, e para testemunhar seu amor e sua coragem trazia-lhe todos os dias uma caça como presente. Imembuí, porém, tinha por ele somente uma afeição fraterna. Certo dia encheu-se de coragem e disse-lhe que sentia por ele apenas amizade. O índio, magoado, embrenhou-se na mata e não mais foi visto. Nessa época, uns grupos de bandeirantes, avistando a aldeia, julgaram que seria presa fácil, pois só viram uma manada de cavalos pastando pacificamente. Então decidiram atacá-la para apreender os índios e levá-los como escravos. Entretanto, em cada cavalo um guerreiro escondia-se no flanco oculto da montaria. Dado o alarme pelos vigias, os minuanos, em violenta carga, dizimaram os atacantes. Os sobreviventes fugiram ou foram aprisionados. O bandeirante português, Rodrigo, caindo prisioneiro, foi condenado à morte. Enquanto aguardava o desfecho de seu triste destino, tocava uma música dolente no seu violão e cantava a saudade de sua terra. Imembuí, ouvindo seu canto e admirando seu rosto bonito, comoveu-se e passou a aproximar-se dele para ouvi-lo cantar. Seu coração jovem e sensível apaixonou-se por Rodrigo e, sabendo do destino que o aguardava suplicou a seu pai, o Cacique Apacani, para que o poupasse. O Cacique atendeu-a, tendo Rodrigo passado a viver entre os Minuanos. O casamento de Imembuí e Rodrigo logo aconteceu, de acordo com o ritual indígena e a partir daí Rodrigo passou a chamar-se Morotin. Mais tarde casaram-se, também, nas Missões, onde batizaram seu filho, José. O indiozinho José tornou-se um jovem forte e corajoso, e começou afastar-se de casa, exercitando-se como caçador. Sua mãe sempre recomendava que tomasse cuidado, pois, como ele ainda era um menino, poderia ser presa fácil para alguma fera faminta. Um dia, José saiu para caçar e, não conseguindo encontrar o caminho de volta, se perdeu na mata. Seus pais procuraram-no por toda parte. Talvez um animal o tivesse ferido, ou uma cobra venenosa o tivesse picado. Imembuí chorou muito o desaparecimento do menino. José, já cansado, continuou andando pela mata até anoitecer. Então, aconchegou-se no tronco oco de uma árvore, abrigando-se do frio e das feras, aí passando a noite. No dia seguinte, bem cedo, continuou a andar. Chegando às margens de um grande rio, encontrou uma cabana habitada por um índio que o acolheu. José contou-lhe sua história. O homem, comovido, dispôs-se a ajudá-lo e conduziu-o de volta até a aldeia dos Minuanos. A aldeia ficou em festa com o retorno de José. Imembuí e Morotin, agradecidos ao homem que encontrara o seu filho, convidaram-no a participar da alegria de toda a tribo. Então reconheceram nele o índio Acangatu que já havia se curado de sua paixão por Imembuí.

De acordo com essa lenda, Santa Maria surgiu no lugar daquela aldeia, muitos anos depois, quando os homens brancos chegaram, destruindo o povoado. Sabendo da historia, contada a eles pelos índios, os brancos consideraram que a Cidade teve sua origem no amor que uniu uma índia com um branco, nas margens do Arroio Itaimbé. (Texto de Aristilda Rechia)

 

Texto: Maria Luiza Guerra

Foto: João Vilnei

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