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24/06/2016 24/06/2016 16h13m

Paratleta, judoca, árbitro e transplantado, os indicados da Prefeitura para a condução da Tocha


Na manhã desta sexta-feira (24), o Salão de Atos do Edifício João Fontoura Borges (SUCV) foi palco para o Lançamento do Revezamento da Tocha Olímpica em Santa Maria. Na linha de frente, junto às autoridades municipais e patrocinadores, participaram da solenidade algumas “estrelas” do evento: os indicados pela Prefeitura Municipal para conduzir o Símbolo Olímpico pelas ruas da cidade, no dia 5 de julho.

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O percurso da Tocha Olímpica terá 12,18 quilômetros e contará com a participação de 61 condutores, no trajeto total. Quatro foram anunciados pelo prefeito Cezar Schirmer, durante o ato público (confira abaixo). Os outros 57 indicados serão conhecidos às vésperas do revezamento na cidade.

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João Carlos Cechella: o homem do coração transplantado

Um destes condutores sabe muito bem o que é ver o coração “bater mais forte”. O santa-mariense João Carlos Cechella foi diagnosticado, ainda jovem, com uma doença de nascença chamada “Miocardiopatia Congênita”. Em virtude da doença, sofreu três paradas cardíacas, aos 34 anos, que o levaram a uma cirurgia de transplante de coração no ano de 1989. Vinte e seis anos se passaram, desde então, e o coração de Cechella segue pulsando. É, atualmente, o cidadão mais longevo a receber um coração no Rio Grande do Sul e o segundo no Brasil.

Professor de Educação Física aposentado, Cechella é um apaixonado pelo esporte. Prova disso é que, antes do transplante de coração, foi campeão estadual de Natação, nos anos de 1966 e 1967, cursou Educação Física e se tornou professor, na Universidade Federal de Santa Maria. Nesta sexta, Cechella estava mais uma vez emocionado. “Já tive muitas emoções nestes 27 anos e estas emoções é que me fizeram superar muitas dificuldades. Dentro destas emoções, hoje, a principal é ter sido escolhido por Santa Maria para representá-la, neste grande evento que vai revelar para o mundo inteiro o que temos de melhor aqui na cidade”, declara o professor. Cechella acrescenta que em todos os eventos que participa usa a sua imagem para ajudar os outros que precisam de um transplante. “O meu tempo de transplante mostra que é possível salvar mais vidas”, conclui.

O árbitro que é referência no esporte gaúcho

Melhor árbitro do Campeonato Gaúcho de 2015, Anderson Daronco começou a apitar jogos de futebol amador, de categorias de base e competições de veterano, aos 18 anos, em Santa Maria. Em 2007, ingressou como árbitro no Campeonato Gaúcho e em 2011 no Campeonato Brasileiro. Daronco se destacou pelo profissionalismo e, em 2015, se tornou árbitro FIFA e apitou competições nacionais e internacionais, como a Copa Libertadores da América e Sulamericana. Hoje, é uma referência para o esporte do Rio Grande do Sul.

Todo este currículo voltado ao esporte fez com que o árbitro fosse indicado para ser um dos condutores da Tocha Olímpica em Santa Maria. Daronco se diz muito feliz e honrado de poder participar, principalmente sendo da área de Educação Física. “Por amar a profissão e ter a oportunidade de representar Santa Maria. Me enche de orgulho e é algo que eu vou levar para a vida toda”, comemora Daronco.

O paratleta Denílson

Denilson Souza é militar do Exército, atualmente na reserva, e paratleta santa-mariense. Quando atuava no 4º Batalhão Logístico do Exército, em Santa Maria, Denilson sempre foi muito envolvido com a prática esportiva e atividades físicas, como voleibol e cabo de guerra. Entretanto, em 2006, sofreu uma queda de 6 metros de altura de um telhado, o que resultou em 23 dias hospitalizado e o diagnóstico de lesão medular, ou seja, ficou paraplégico.

Desde então, a cadeira de rodas virou uma rotina na vida de Denilson. Durante o processo de reabilitação, realizado no Hospital Sarah Kubitscheck, em Brasília, o militar da reserva conheceu o esporte adaptado e sua ampla diversidade de modalidades. Hoje, Denilson é praticante, entre outras modalidades, de Handebol em Cadeiras de Rodas, Paracanoagem e  Kart Adaptado. Denilson se mostra como um exemplo na superação de dificuldades.

No ano em que “comemora” uma década após a cirurgia, Denilson diz que participar do revezamento é uma alegria, não só pessoal, mas toda a família e para os amigos que sempre o acompanharam. “Este não é um momento individual, tem várias pessoas, nestes dez anos, que me deram força e não me deixaram desistir. A gente não faz nada sozinho, tenho muita gratidão”, afirma o paratleta.

Uma guerreira do Judô

Há mais de 20 anos, Aglaia Philberp Pavani criou o projeto “Mãos Dadas de Judô”, em Santa Maria, para ensinar gratuitamente o esporte às crianças e jovens. Mais do que a prática esportiva, de acordo com Aglaia, o projeto leva educação, disciplina, respeito e cidadania aos atletas participantes. Atualmente o projeto tem 382 atletas, de 4 a 58 anos, com nove núcleos em Santa Maria. Um dos orgulhos da coordenadora é que do Mãos Dadas Judô saíram desportistas de alto rendimento, como a judoca Maria Portella, medalhista olímpica na modalidade. Aglaia, desta forma, contribui com o desenvolvimento social e humano de centenas de jovens.

Por conta desta atuação, Aglaia será uma das participantes do Revezamento da Tocha Olímpica de Santa Maria. A coordenadora se considera muito honrada com o convite. “Porque eu acho que é um coroamento do meu trabalho, há 20 anos em Santa Maria, um projeto de inclusão social com crianças em vulnerabilidade social, bem sucedido”, relata com orgulho. Aglaia diz que pretende estar acompanhada dos atletas do Projeto Mãos Dadas.

 

Texto: Jornalista Vera Jacques (MTb 5.972)
Fotos: João Vilnei / João Alves - Prefeitura

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