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12/04/2024 12/04/2024 15h24m
Estudo técnico contratado pela Prefeitura para revitalização do prédio da SUCV está 30% concluído
A maior parte do interior do prédio já foi modelada em 3D com o uso de uma scanner a laser. A conclusão dos projetos está prevista para agosto deste ano
Conservar a história do prédio que abrigou o primeiro elevador de Santa Maria e que recebeu o então presidente Getúlio Vargas na década de 1930 não é um trabalho simples. Em janeiro deste ano, a Prefeitura contratou serviços técnicos especializados de arquitetura e engenharia para a elaboração dos projetos que vão guiar a revitalização interna do proeminente Edifício João Fontoura Borges.
Também conhecido como prédio da antiga Sede da Sociedade União dos Caixeiros Viajantes (SUCV), a edificação foi inaugurada em 1926. Trata-se de uma obra centenária que resguarda inúmeras histórias em seus corredores e abrilhanta o Centro de Santa Maria com sua arquitetura influenciada pelo movimento eclético e Art Nouveau. É patrimônio tombado e foi ícone da vida cultural da cidade.
“Precisamos exaltar o nosso patrimônio histórico e cultural, e a SUCV é uma dessas representações simbólicas do nosso Centro Histórico. O projeto deve ser concluído até agosto e, posteriormente, levaremos à licitação. Cuidar da cidade é também valorizar a nossa história, as nossas raízes. Em breve teremos o prédio da SUCV totalmente revitalizado, assim como temos feito com demais estruturas do Distrito Criativo Centro-Gare, como o já concluído Novo Calçadão, a Praça Saldanha Marinho e a Avenida Rio Branco, que estão com revitalização em andamento”, declarou o vice-prefeito Rodrigo Decimo.
Além da refinada ornamentação, a maioria dos materiais utilizados na construção do prédio é importada. O desafio de realizar os estudos para a restauração está a cargo da empresa Edegar B. Luz – Consultoria e Projetos de Restauro LTDA, de Porto Alegre. Os trabalhos contam com a atuação de três arquitetos e dois estagiários, liderados pelo reconhecido arquiteto Edegar Luz, referência internacional em restauração de patrimônios históricos.
“É um prazer, em primeiro lugar, trabalhar numa edificação como esta. É um desafio que demanda uma atividade intelectual grande, de interpretação. Estamos utilizando tecnologias avançadas para fazermos os levantamentos do interior, em um processo mais rápido, preciso e seguro. Essa etapa é a mais importante, porque é onde nós vamos assimilar todas as necessidades, como estão os elementos físicos, quais as suas composições, o que foi desvalorizado das atividades anteriores. Este é, como nós costumamos chamar, um contato epidérmico, pois é agora que vamos decidir como será feita a restauração”, informa Edegar.
O estudo envolve levantamento e diagnóstico, elaboração do projeto básico e projeto executivo, entre outros itens, com conclusão prevista para agosto deste ano. Como resultado, serão concebidos o projeto arquitetônico de revitalização, o detalhamento, os projetos complementares (elétricos e hidráulicos), o memorial descritivo e a planilha orçamentária. Estrutura para acessibilidade (como uma plataforma elevatória no acesso principal do prédio) e a modernização do elevador mais antigo do Município, também irão constar nos projetos finais.
ESTUDOS TÉCNICOS
O arquiteto Bruno Walter de Luz explica que 30% do projeto já foi desenvolvido. O escaneamento a laser do interior do imóvel já foi finalizado. No mês de março, a equipe responsável pelos trabalhos apresentou à Prefeitura as modelagens em 3D que irão embasar o projeto técnico.
“As modelagens em 3D que geramos do interior do prédio por meio do escaneamento via laser é a parte mais bruta do trabalho, que é realizado majoritariamente em nosso escritório. Nos espaços onde não conseguimos escanear com precisão, são feitos levantamentos manuais. Ao final do levantamento geométrico da arquitetura, são listadas as patologias (problemas) da edificação, para que sejam elaboradas as propostas de solução destas questões para a plena recuperação do edifício”, explica Bruno.
Atualmente são realizados os levantamentos de esquadrias, piso e forro, e prospecção das estruturas. Também está em andamento a prospecção das camadas de tintas e de reboco – etapa em que são coletadas diversas amostras para análises, o que permite avaliar a composição de cada material e o seu respectivo estado de conservação.
PRÉDIO DA SUCV
O Edifício João Fontoura Borges, conhecido como prédio da antiga Sede da Sociedade União dos Caixeiros Viajantes - SUCV, está localizado na Rua Venâncio Aires, nº 1934, esquina com a Avenida Rio Branco. Foi construído entre 1923 e 1926 - embora a pedra fundamental tenha sido assentada em 20 de dezembro de 1922 - sendo inaugurado em 20 de setembro de 1926. O nome dado ao edifício é uma homenagem ao presidente da entidade na época.
A edificação é um exemplo arquitetônico da época, mostrando requinte decorativo no exterior e interior da construção. A arquitetura da edificação é considerada eclética, demonstrando harmonia nas formas, porém com diferenças formais entre os andares. Foi influenciado pelo movimento eclético e Art Nouveau. Em 14 de dezembro de 1993, teve suas fachadas reconhecidas oficialmente como Patrimônio Histórico de Santa Maria, através da lei n° 3724/93.
Com exceção das lojas do térreo, de propriedade privada, o prédio possui 1.719,05m² de área construída distribuído em 5 pavimentos de propriedade da Prefeitura Municipal e de uso comum (incluindo os acessos principal e secundário localizados no térreo). Em janeiro de 2011, parte do imóvel foi desapropriado pelo Município, invocando o interesse público que existe sobre o prédio, localizado no Centro da cidade. De 2017 até 2020 foi sede da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, momento em que a edificação foi interditada. Em agosto de 2022, a fachada do prédio foi revitalizada.
Texto: Lenon de Paula (Mtb: 18.763)
Fotos: João Alves (Mtb: 17.922)
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Prefeitura Municipal de Santa Maria
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