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21/08/2023 22/08/2023 10h02m

Prefeitura investe R$ 380 mil em tecnologias para educação de estudantes com deficiência visual


Foram adquiridos e entregues aos professores 15 dispositivos para alfabetizar, escrever, ler e imprimir no Sistema Braille

Promovendo a inclusão social e a acessibilidade, a Prefeitura de Santa Maria, por meio da Secretaria de Educação, realizou na manhã desta segunda-feira (21) a entrega de tecnologias de auxílio no ensino e aprendizagem de estudantes com deficiência visual da Rede Municipal de Ensino (RME).

Sendo um investimento de cerca de R$ 380 mil, trata-se da primeira compra feita pelo Município para esta finalidade. Serão contemplados 12 estudantes com deficiência visual (cegueira e baixa visão) de 10 escolas da Rede. O ato de entrega ocorreu no auditório da Secretaria de Educação, e contou com a presença do prefeito Jorge Pozzobom, da secretária de Educação, Lúcia Madruga, de servidores da pasta e professores da rede municipal.

“Essa entrega aqui hoje é mais uma ação clara e concreta, que exemplifica o que sempre digo: que educação é prioridade absoluta, não só no discurso, mas na prática. Quando a gente tem a falta do recurso, a gente tem que fazer a gestão. Por isso que estamos adotando as medidas compensatórias, como a da empresa que irá reformar o muro da EMEF Renato Nocchi Zimmermann. Estamos fazendo creches, como a da Maringá, que já entregamos; a do Residencial Monte Bello, e da Nova Santa Marta que estão 99% concluídos, mais a creche no Bairro Medianeira, que está 70%, e a do Residencial Lopes. Tudo o que eu, a secretária de Educação e o nosso vice-prefeito Rodrigo Decimo pudermos fazer pela educação, nós vamos fazer. Cada centavo que na Educação não é gasto, é investimento", declarou o prefeito Jorge Pozzobom.

A compra totalizou R$ 378.043,00, e foi financiada com recursos próprios da pasta. Foram adquiridos e entregues aos professores 15 dispositivos para alfabetizar, escrever, ler e imprimir no Sistema Braille. São eles:

Brinca Braille (4 un.), um equipamento voltado à quem está iniciando na alfabetização em Braille. O dispositivo possibilita diversas dinâmicas pedagógicas e interativas a partir de células destacáveis e recursos sonoros; 
Linha Braille (5 un.), uma tecnologia de escrita digital para quem já tem domínio do Braille. Funciona como um teclado, conectado a um computador;
OmniReader (5 un.), que é um digitalizador, ampliador e leitor portátil. O dispositivo consegue escanear um documento para reproduzir o conteúdo em um visor com o texto ampliado e em alto-contraste. Além disso, o equipamento também pode ler o conteúdo para o usuário a partir da conversão de texto para fala;
VP Rogue (1 un.), impressora de braille que, num mesmo documento, é capaz de imprimir textos em braille 3D e gráficos táteis em alta resolução.

“Eu acho que a gente está avançando muito. Sempre digo que não é o esforço de um, mas um esforço conjunto. A equipe das escolas, que identifica as demandas e nos traz com precisão, e a nossa equipe aqui da secretaria. A gente vê que o empenho para que as coisas aconteçam vai passando de uma equipe pra outra, e vamos pontuando o que é essencial. Quando chegamos na educação especial e na criança que tem essa necessidade, ali a gente pode dizer que consegue consagrar esse trabalho, porque é uma questão que vai dar a essas crianças uma condição muito além do que a gente vinha conseguindo fazer por eles até agora. Isso não tem preço ", considera a secretária de Educação, Lúcia Madruga.

As Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) abaixo são as que foram contempladas:

EMEF Fontoura Ilha (Noal) - 1 Brinca Braille
EMEF Padre Gabriel Bolzan (Camobi) - 1 Brinca Braille
EMEF junto ao CAIC Luizinho de Grandi (Lorenzi) - 1 Brinca Braille
EMEF Rejane Garcia Gervini (Estância do Minuano) - 1 OmniReader
EMEF São Carlos (Urlândia) - 1 OmniReader
EMEF Júlio do Canto (Camobi) - 1 Linha Braille
EMEF Sérgio Lopes (Renascença) - 1 Linha Braille
EMEF Adelmo Simas Genro (Nova Santa Marta) - 1 OmniReader e 1 Linha Braille
EMEF Maria de Lourdes Ramos Castro (Diácono João Luiz Pozzobon) - 1 OmniReader e 1 Linha Braille
EMEF Pão dos Pobres (Passo D’Areia) - 1 OmniReader, 1 Linha Braille 1 Brinca Braille e 1 impressora

“Esses dispositivos vão beneficiar todas as crianças de cada escola. São tecnologias que serão utilizadas para viabilizar e facilitar a aprendizagem do braille e de outras habilidades, mas servirão também para que os colegas também tenham acesso e conheçam sobre o braille, e como que o colega que tem baixa visão ou cegueira estuda para se comunicar”, explica Carolina Teixeira, coordenadora de Educação Especial da Secretaria de Educação.

SEMANA NACIONAL DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E MÚLTIPLA

A entrega dos equipamentos marca a abertura da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que vai desta segunda-feira (21) a 28 de agosto. No próximo domingo (28), entre as 14h e 18h, a Secretaria de Educação estará promovendo uma atividade na Praça do Mallet, com apresentações artísticas, mateada com distribuição de erva-mate e água e demonstração de esportes adaptados e entre outras atrações. A mateada está sendo organizada em conjunto com a 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE) e a Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência.

O BRAILLE

Conforme o Ministério da Educação, o braille é um sistema de escrita e leitura tátil para as pessoas cegas inventado pelo francês Louis Braille, ele mesmo cego aos três anos devido a um acidente que causou a infecção dos dois olhos. O sistema consta do arranjo de seis pontos em relevo, dispostos na vertical em duas colunas de três pontos cada, no que se convencionou chamar de "cela braille". A diferente disposição desses seis pontos permite a formação de 63 combinações ou símbolos para escrever textos em geral, anotações científicas, partituras musicais, além de escrita estenográfica.

O sistema foi utilizado em nosso país, na sua forma original, até a década de 1940, quando precisou de sofrer algumas modificações impostas pela reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, ocorrida na época. Em 1999 foi criada a Comissão Brasileira do Braille, que passaria a partir do ano seguinte a trabalhar em conjunto com uma comissão portuguesa criada com o mesmo objetivo. O trabalho foi concluído em 2002 e a Grafia Braille para a Língua Portuguesa passou a ser adotada em todos os territórios brasileiros e portugueses, conforme a recomendação da União Mundial de Cegos e da Unesco. Trata-se, portanto, de um documento normatizador e de consulta, destinado especialmente a professores, transcritores, revisores e usuários deste sistema que revolucionou a vida dos cegos de todo o mundo, permitindo a sua inclusão social e o desenvolvimento de suas potencialidades.

Texto: Lenon de Paula (Mtb: 18.763)
Fotos: Ariéli Ziegler (Mtb: 18.114) 
Secretaria de Comunicação
Prefeitura Municipal de Santa Maria

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