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31/10/2014

Edificações de Santa Maria entram para a lista de Patrimônio Ferroviário Nacional


Edificação da Gare da Viação Férrea já foi incluída na listagem do IPHAN do Patrimônio Cultural Ferroviário brasileiro.

O ato de preservar bens materiais e imateriais de uma localidade não representa somente a conservação de tais elementos, mas o respeito à memória e a história do entorno. A Prefeitura Municipal, através do Instituto de Planejamento (IPLAN), da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Turismo acredita que a Mancha Ferroviária de Santa Maria merece esse olhar e fomentou o processo que resultou no reconhecimento da antiga Estação Ferroviária, da Escola Municipal de Aprendizagem Industrial (EMAI) e da antiga sede da Associação dos Empregados da Viação Férrea enquanto Patrimônio Ferroviário Nacional.  A aprovação publicada no Diário Oficial, inédita no município, ficou a cargo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

A antiga Estação já conta com a legalização, as demais edificações estão em processo de homologação. Após a finalização do processo, o conjunto ferroviário santa-mariense garante reconhecimento legal na cidade, no Estado e no país.  Esta determinação é inédita quando relacionada ao patrimônio edificado, visto que a cidade já figura na lista de patrimônios tidos como “móveis”, ou seja, aqueles bens culturais que não são fixos ao espaço onde se encontram, como coleções arqueológicas ou acervos museológicos, documentais e bibliográficos, por exemplo.

A valorização das estruturas citadas não beneficia somente a história local, mas também auxilia na captação de recursos. De acordo com o presidente do IPLAN, Francisco Severo, a valorização desses espaços é essencial. “O reconhecimento é essencial para que o município consiga desenvolver projetos e participar de programas que tragam recursos para serem aplicados naquela região”, enfatiza.

Para a secretária de Cultura, Marília Chartune, o término das tratativas de tombamento otimizam a aprovação do projeto que visa a recuperação da Gare da Estação Férrea. A secretária ainda salienta a necessidade de espaços culturais preservados para receber a comunidade. “Sentimos que a Gare está se tornando um espaço cultural para a cidade e região. A reformulação desse complexo vai modificar a autoestima da comunidade santa-mariense, da comunidade ferroviária e proporcionar ainda mais eventos de diferentes gêneros”, afirma.

Agora, Santa Maria possui bens reconhecidos nas três esferas, sendo que alguns deles foram contemplados em duas delas: municipal e estadual. É o caso da Escola Estadual Olavo Bilac e da Mancha Ferroviária (região no centro de Santa Maria que engloba a Vila Belga, a Gare, o Colégio Manoel Ribas e porção do entorno).

Segundo a secretária de Turismo, Norma Moesch, a iniciativa representa o interesse pelo patrimônio que a cidade possui. Contudo, ela comenta a carência de edificações defendidas. “Temos que enxergar esses bens com os olhos que eles merecem. Santa Maria possui um patrimônio histórico extraordinário. Ainda existe uma lacuna de bens a serem resguardados na cidade, mas acredito que teremos espaços representativos que possam ser visitados e apreciados”, salienta.

Os trâmites tiveram início durante a realização do III Fórum Nacional de Cidades Históricas e Turísticas, em 2012, quando o processo de tombamento federal destas edificações foi entregue à direção do IPHAN e, agora em 2014, Santa Maria vê sua memória ferroviária reconhecida e valorizada nacionalmente.

 

Texto: Acadêmica de Jornalismo Natalia Apoitia

Revisão: Ana Bittencourt (Mtb 14265)

Foto: Manuela Ilha

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