Secretaria de Município da Saúde

05/01/2018 05/01/2018 14h57m

Com dias de calor extremo, Prefeitura orienta a comunidade a intensificar o combate ao Aedes aegypti


No Bairro Salgado Filho, população tem atendido aos pedidos e redobrado o cuidado em casa (Foto: Deise Fachin)

Ao longo do ano, Executivo realizou diversas ações de prevenção. Vistorias, levantamentos e tratamentos em locais de risco seguem sendo feitos

 

Há semanas, Santa Maria enfrenta dias de calor extremo, em que as temperaturas passam facilmente dos 35º graus. Com esse período, a comunidade pensa em, sobretudo, buscar refresco ao calorão, ir para a praia, a piscina ou, até mesmo, tomar um banho de mangueira. Mas o calor intenso traz com ele outra preocupação, muitas vezes ignorada pela população: a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Febre Chikungunya, Zika Vírus e Febre Amarela Urbana. No verão, a proliferação do mosquito aumenta, facilitada pelas condições ambientais adequadas, como temperatura, por isso, é necessário que o combate seja feito por toda a sociedade. 

Ao longo do ano passado, a Prefeitura de Santa Maria trabalhou em ações de prevenção. Palestras em escolas, universidades e instituições públicas e privadas, e capacitações com servidores e o público em geral foram algumas das atividades realizadas. Além disso, em duas oportunidades no ano de 2017 (em março/abril e em outubro/novembro), o Executivo Municipal realizou o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), para verificar a quantidade de focos do mosquito na cidade. No último levantamento (de novembro), foram encontrados 78 focos em 23 bairros, o que coloca Santa Maria na classificação de Médio Risco para Epidemia. Na comparação com o LIRAa realizado no mesmo período de 2016, foram encontrados dez focos em seis bairros, classificando a cidade em baixo risco.

Por meio do último levantamento, foi constatado que os bairros mais infestados foram o Juscelino Kubitschek, Medianeira, Perpétuo Socorro, Tancredo Neves, Salgado Filho, Urlândia, Lorenzi, Nossa Senhora Lourdes, Itararé, Parque Pinheiro Machado, Nova Santa Marta e Divina Providência. De acordo com o superintendente da Vigilância em Saúde, Alexandre Streb, 80% dos focos diagnosticados no último LIRAa foram encontrados em residências, o que demonstra que, apesar das ações de prevenção da Prefeitura e, inclusive, de aplicações de multa por descumprimento, a população não tem feito a sua parte, que consiste no auxílio, dentro de casa, do combate ao mosquito.

“A população precisa entender que, embora não haja casos de contaminação pelo vírus na cidade, o nível de infestação do mosquito Aedes aegypti é preocupante. Nossa cidade tem uma posição geográfica e econômica que atrai pessoas e produtos de todo o Brasil, sendo muito fácil e rápida a instalação de uma epidemia na cidade. Por isso, é importante que a população dispense 10 minutinhos por semana para revisar possíveis acúmulos de água parada”, enfatiza Streb.

VISITAS DIÁRIAS E AÇÕES EM PONTOS ESTRATÉGICOS

Além das ações de prevenção desenvolvidas ao longo do ano, a Prefeitura segue realizando um trabalho junto à comunidade, nas residências e em pontos estratégicos, como sucatas e borracharias. Conforme a Vigilância em Saúde, de janeiro a agosto (quando foi fechado o levantamento do primeiro semestre), 23.128 imóveis foram visitados pela equipe do Setor. Hoje, o Município conta com o trabalho de 15 Agentes de Saúde Pública e Vigilância Ambiental e uma laboratorista.

As visitas nas casas são realizadas diariamente. Conforme o coordenador de campo da Vigilância Ambiental, Denoide Mezeck, nas visitas é realizado o Levantamento de Índice e Tratamento, se necessário. O Levantamento de Índice consiste em averiguar se há a presença do mosquito nas regiões visitadas. Havendo, é feito o tratamento com larvicida, além do descarte de materiais que podem acumular água. Atualmente, as visitas estão concentradas nos bairros apontados pelo LIRAa como os mais infestados.

Conforme Mezeck, os retonos às casas são feitos a cada dois meses, sendo realizados com maior frequência nas casas em que são encontrados focos do mosquito. Já nos pontos estratégicos, que totalizam 191 na cidade, as visitas são quinzenais. Nas inspeções, além de serem realizadas as coletas de larvas, também são feitas ações de educação e conscientização, em que os agentes reforçam as formas de combate à proliferação. Nas situações mais críticas, seguem sendo feitas notificações e aplicações de multa.

“Seguimos uma diretriz nacional de ação, que é a Política Nacional de Combate à Dengue, que se estende também para as outras doenças. São normas que preconizam as ações que temos que realizar. O contato direto com a comunidade ajuda em uma mudança de pensamento, de mostrar para o cidadão que ele precisa ser mais proativo e estar engajado nesse combate”, explica Mezeck.

NO BAIRRO SALGADO FILHO, COMUNIDADE DÁ EXEMPLO

Nesta sexta-feira (05), divididos em equipes, os agentes percorrem os bairros Salgado Filho, Cerrito, Noal, Perpétuo Socorro e São José. No Salgado Filho, três agentes fizeram vistorias nas casas. A residência do aposentado Adones Dirceu Seibert foi uma das vistoriadas e que já vem sendo acompanhada pela equipe. Seibert seguiu as orientações repassadas anteriormente pelos agentes e, dessa vez, providenciou duas telas para serem colocadas nas caixas d’agua existentes na casa. Ele, que divide o pátio com a casa da irmã, diz que tem tomado cuidado para evitar o acúmulo de água.

“O rádio e a televisão ajudam a nos informar. Quando os agentes vieram a primeira vez, tinha alguns cuidados por fazer ainda, mas eu e a minha irmã já vínhamos tomando cuidado. Agora, eles pediram para fechar a caixa d’água, aí, dei jeito de arrumar”, contou o aposentado.

A residência da dona de casa Marli Diniz Mello, 55 anos, também foi exemplo no combate ao mosquito Aedes aegypti. Dentro de casa, somente plantas artificiais, que não precisam de água. Já fora, sobram folhagens e flores, todas com os potes devidamente cuidados para não acumular água. Marli diz que sempre foi atenta ao combate ao mosquito, mas que o exemplo também vem da neta, Gabriela, de nove anos, que aprendeu, na escola, os cuidados que devem ter em casa e repassou para a avó.

“Eu estou sempre cuidando e ela me ajuda também. Eu adoro as minhas flores, gosto de ter em casa. A gente cuida do que a gente gosta, né?”, comentou a dona de casa.

 

DICAS PARA COMBATER OS FOCOS DO MOSQUITO

- Manter a caixa d’água sempre fechada

- Encher de areia, até a borda, os potes e vasos de plantas

- Não deixar a água da chuva acumular em recipientes

- Manter tampados toneis e barris de água

- Guardar garrafas de cabeça para baixo

 

PERCENTUAL DE CRIADOUROS PARA AEDES AEGYPTI NO MUNICÍPIO (locais em que mais foram encontradas larvas do vetor)

30,8% - Lixo (recipientes plásticos, garrafas, latas), sucata em pátios e ferros velhos (PE), entulhos de construção.

25,6% - Vasos/frascos com água, prato, garrafas, recipiente de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais, materiais em depósito de construção (sanitários estocados).

24,4% - Pneus e outros materiais rodantes.

17,9% - Depósitos ao nível do solo para armazenamento doméstico (tonel, tambor, barril, tina, depósito de barro (filtros, moringas, potes), cisternas, caixa d'água, captação de água em poço/cacimba.

1,3% - Axilas de folhas (bromélias), buracos em árvores e em rochas, restos de animais (cascas, carapaças).

 

 

Texto: Mariana Fontana (Mtb 17.770)
Foto: Deise Fachin
Superintendência de Comunicação
Prefeitura Municipal de Santa Maria

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